Alimentando cerca de 95% dos rebanhos brasileiros (segundo a Embrapa), as pastagens são a base da nossa bovinocultura, constituindo a principal fonte de nutrientes. Diante disso, pecuaristas perguntam: como escolher o melhor pasto para boi?

 

O melhor pasto para boi depende de inúmeros fatores que precisam ser considerados. Saiba quais são esses fatores para definir a pastagem que se adeque às condições e às necessidades de cada sistema de produção.

 

Nutrição de bovinos: a produtividade começa no solo

 

Na bovinocultura, a nutrição é um dos mais importantes pilares do tripé genética-alimentação-saúde. Por meio de uma boa nutrição, será possível assegurar e conferir dinamismo ao sistema de produção, atente-se a:

 

• Exigências de cada categoria animal (bezerros, garrotes, touros, novilhas, vacas em lactação etc.).
•  Estratégia nutricional visando suprir as necessidades, de acordo com os objetivos do sistema produtivo.
• Características bromatológicas das forrageiras (energia, proteína, minerais, fibras etc.).
• Clima e tipo de solo.

 

Já o comportamento de bovinos tem relação com os hábitos dos animais e a capacidade de se adaptarem às diferentes condições que lhes são impostas. Bovinos são ruminantes e dividem seu dia em períodos de pastejo, ruminação e descanso de maneira alternada.

 

Esses fatores precisam ser considerados, pois auxiliarão na escolha do pasto para boi que melhor atende às necessidades quanto ao melhor custo-benefício.

 

Tipos de pasto para boi mais cultivados no país

 

Pesquisas e experimentos mostram alguns tipos de pastagens, que são os mais cultivados no país, pois são rústicas, altamente produtivas e com boa qualidade. São elas:

 

1. Brachiaria brizantha

 

Essa espécie é, de longe, a mais comercializada no Brasil. Vários são seus cultivares utilizados como pasto para boi, por isso apresentam alta flexibilidade de uso, grande capacidade adaptativa aos climas, além de boa adaptação ao solo de média a alta fertilidade. Também apresentam maior produção de matéria seca.

 

Os diferentes cultivares também apresentam fácil manejo. Os principais cultivares são:

 

• Brachiaria brizantha cv. BRS Paiaguás – apresenta boa adaptação aos sistemas integrados, fácil dessecação com glifosato, além de alta tolerância à seca, pois tem seu florescimento precoce e produz mais folhas no período seco;
• Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã – é estrategicamente uma boa opção para sistemas integrados, apresentando alto enraizamento e ótima produção de matéria seca. Exige fertilidade de média a alta;
• Brachiaria brizantha cv. Marandu – costuma apresentar elevada produtividade, além de ótima adaptação em diversas regiões. Exigência de fertilidade média a alta e alta qualidade de forragem;
• Brachiaria brizantha cv. MG-4 – apresenta boa adaptação a climas secos e facilidade de manejo, exigindo para isso média fertilidade;
• Brachiaria brizantha cv. Xaraés (MG-5) – tem maior produção de matéria seca e rápido rebrote, além de boa adaptação a solos mais úmidos, porém requer alta exigência em manejo e fertilidade de média a alta;

 

2. Brachiaria Decumbens

 

Essa espécie ainda é bastante utilizada no Brasil em solos ácidos e que tenham baixa fertilidade. Apresenta uma excelente resposta a fertilizantes, além de tolerar o pisoteio e pastejo intensos.

 

Ela é indicada principalmente para controle de erosão em áreas muito inclinadas, em morros, por ter um hábito de crescimento decumbente e cobrir muito bem o solo.

 

3. Brachiaria ruziziensis

 

Requer solos de média e alta fertilidade. Tem grande qualidade nutricional, sendo por isso indicado para animais em recria ou engorda. Porém é pouco tolerante ao frio e à seca e não suporta altas cargas animais por um período longo de pastejo.

 

É muito utilizada nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, pois é dessecada com pouco glifosato, é de fácil manejo e produz boa qualidade de forragem.

 

4. Brachiaria humidicola

 

Essa é a forrageira mais utilizada em áreas de encharcamento temporário, já que consegue suportar alguns dias sob lâmina de água. Apresenta também grande tolerância à seca, com bom desenvolvimento em solos de fertilidade média a baixa.

 

Com a Brachiaria humidicola, recomenda-se fazer o plantio consorciado com outra gramínea, pois suas sementes costumam ter uma dormência mais prolongada e demorar mais tempo para sua plena formação. Possui também um baixo teor de proteína bruta com uma produtividade de massa seca mais baixa que as outras Brachiarias.

 

5. Panicum maximum

 

Dentre os capins do gênero Panicum maximum, o Capim-mombaça é o que produz mais matéria seca e costuma apresentar capacidade de adaptação a diversas condições climáticas.

 

Para o seu manejo, o recomendado é que, na época das águas, os animais entrem no piquete quando o pasto atingir a altura de 80 cm, com eles pastejando até que essa pastagem tenha sido rebaixada para 50-40 cm. Esses valores podem variar de acordo com a adubação.

 

Apesar de sua alta produção de matéria seca, o Capim-mombaça é o que mais forma hastes grossas, por isso o manejo tem que ser muito bem-feito, pois, se passar da entrada de pastejo, ele cresce muito e perde qualidade rápido.

 

Outros cultivares são também bastante recomendados para as condições do Brasil:

 

• Panicum maximum cv. Aruana – mais recomendado para ovinos;
• Panicum maximum cv. BRS Quênia – alta qualidade, muitas folhas, haste fina e fácil manejo;
• Panicum maximum cv. BRS Tamani – recomendada para bezerros, cavalos, animais de menor porte e fenação;
• Panicum maximum cv. BRS Zuri – alta produtividade com qualidade, se adapta bem a áreas com maior umidade;
• Panicum maximum cv. Massai – para cavalos, animais de menor porte, mais rústica, com menor qualidade nutricional;
• Panicum maximum cv. Mombaça – alta produção, pastejo e silagem;
• Panicum maximum cv. Tanzânia – boa produção com alta qualidade.

 

Por fim, vale lembrar que todas essas pastagens são formadas por meio de sementes. Elas, por sua vez, são comercializadas com todo o padrão de qualidade da Sementes SOESP, que sempre preza pela melhor produtividade e rentabilidade dos produtores rurais.

 

Além da melhor tecnologia, a SOESP Advanced, tem equipe técnica altamente qualificada em todo o território nacional, garantindo satisfação do produtor e o melhor alimento para o gado.

 

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