Pasto para vaca de leite: Escolha de acordo com a categoria produtiva

Pasto para vaca de leite: Escolha de acordo com a categoria produtiva

O Brasil tem boa parte de seu rebanho leiteiro mantido em sistemas com pastagens, tendo no pasto para vaca de leite a única fonte de alimento em muitas ocasiões.

 

Nos últimos anos, o uso de pastagens para produzir leite ganhou bastante popularidade entre pecuaristas. Isso se deve ao fato de esse ser um método mais rentável. Na prática, o uso do pasto para vaca de leite permite competir com produtos originados de outros modos de explorar a terra.

 

Mas, para que essa competitividade traga benefícios, o pasto para vaca de leite deve ser cuidadosamente escolhido levando em conta a produtividade e as necessidades da forragem, mas sem se esquecer das exigências e particularidades das suas categorias produtivas da pecuária de leite.

 

Veja como escolher o pasto ideal para vaca de leite considerando as especificidades de cada sistema produtivo.

 

Pasto para vaca de leite: única fonte nutricional em muitos casos

 

Cerca de 70% dos custos com a pecuária leiteira estão relacionados à alimentação dos animais, sendo por isso fundamental escolher e manejar os pastos de forma economicamente sustentável. Caso contrário, os resultados produtivos podem ficar longe do esperado.

 

Assim, quando se faz a opção pelo pasto para vaca de leite é importante saber quais os tipos de capim que melhor se adequam às condições climáticas regionais, ao volume de produtividade e que supram as necessidades energéticas, de vitaminas, proteínas e minerais dos animais.

 

Aspectos influenciam muito na qualidade da pastagem e, consequentemente, na produção de leite a pasto:

 

  • Condições climáticas, tais como a quantidade de luz disponível e temperatura ambiental;
  • Fertilidade do solo, ou seja, nutrientes e água disponíveis;
  • Número de animais e taxa de lotação;
  • Tempo e intervalo de pastejo;
  • Potencial genético dos animais.

 

Além de todos esses aspectos, também é preciso ficar muito atento ao estado fisiológico dos animais, cuja exigência irá variar de acordo com a categoria produtiva dentro da pecuária leiteira, como veremos a seguir.

 

Pasto ideal para vaca de leite: a recomendação depende de vários fatores

 

Diante de tudo que foi dito até agora, fica a questão: qual é o melhor pasto para vaca de leite tomando como base sua categoria produtiva?

 

A escolha da espécie deve se basear nas características da região e do solo e na categoria produtiva. Especificamente para o último aspecto, o manejo nutricional deve ser estabelecido de acordo com cada uma das etapas de vida do animal, tais como vacas em lactação; vacas secas; bezerras e novilhas.

 

As bezerras, por exemplo, devem receber tratamento específico e uma pastagem de excelente qualidade, principalmente porque estão na fase de crescimento e desenvolvimento, além de representarem o futuro da produção.

 

Neste caso, as bezerras devem ser colocadas em uma pastagem que tenha um capim mais mole e com pouco  talo, caracterizado por elevados teores de proteína, baixos teores de fibra, boa digestão e boa aceitação.

 

Os capins mais recomendados para a categoria das bezerras são:

 

 

O BRS Tamani seria a melhor opção, pela mais alta qualidade e porte baixo, poucos talos, porém ele é mais exigente em fertilidade, além de diminuir mais a produção em época de seca, diferente dos capins Piatã e Marandu, que são mais adaptados nesse quesito.

 

Vale reforçar que, assim como ocorre com os bezerros de corte, tanto a Brachiaria decumbens quanto a Brachiaria humidicola não devem ser utilizadas para bezerros leiteiros, pois são capins hospedeiros do fungo Pithomyces chartarum, causador de casos de fotossensibilização.

 

Já as vacas em lactação precisam estar nas melhores pastagens, pois serão elas as verdadeiras produtoras de leite, ou seja, quanto melhor for o pasto para vaca de leite em produção, melhor será a qualidade e o volume de produto (leite).

 

Neste caso, algumas indicações de capins para vaca de leite em produção são:

 

 

Essas duas opções são interessantes pois têm maior potencial de acúmulo de proteína, o que está diretamente ligado a qualidade do leite, gerando maiores resultados. Somente o cuidado é com o manejo, principalmente o Zuri ou Mombaça, que podem facilmente passar e formar talos, podendo causar danos nas vacas. O Quênia já não tem esse problema, pois produz bem menos talos, portanto, seu manejo é facilitado. Outro ponto a ser levado em consideração é que elas não são adaptadas à seca.

 

Além disso, Piatã e Marandu também apresentam bom potencial para a produção de leite, podendo suportar uma boa lotação de vacas no período seco, sendo uma opção para esse período que os Panicuns não respondem tão bem.

 

Caso haja a oportunidade de fazer uma irrigação na área de Panicum spp eles irão responder muito bem enquanto tiver temperaturas altas, caso a região tenha um frio intenso em algum período, a irrigação não será eficiente, tendo que ser bem planejada para maior retorno do investimento.

 

Por fim, quando comparadas às vacas em lactação, as vacas secas têm 1,5 a 2 vezes menos exigências nutricionais, pois estão em um momento de descanso e recuperação. Assim, elas podem ser colocadas em uma pastagem de uma qualidade relativamente menor ou ser utilizadas para fazer o repasse na pastagem.

 

Neste período, é ideal que a vaca seca se alimente de uma pastagem de média/alta qualidade, desde que ela seja capaz de suprir a demanda de nutrientes necessária, fazendo com que a vaca não perca nem ganhe peso em excesso, estando pronta para a próxima lactação. Algumas opções são pastos de Brachiaria spp. ou Massai, que têm relativamente menor qualidade nutricional, lembrando que todo pasto tem que estar adaptado a todo o sistema e não somente à categoria animal.

 

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